A quem interessar possa...

Encontro no céu
Magia
Tempestade
Invasão de realidade
Adeus, adeus, adeus
Rendição da eternidade...




Texto por Juliana Lira

Encontre-me a qualquer hora naquele céu,
Onde o encontro tornou simples acaso em destino,
 A poesia transformou-se em canto do divino
E a magia fez de nós meros astros ao léu.

Voz e Silêncio, Leão e cordeiro, Sol e Lua,
Espalhamos beleza, desafiamos a gravidade,
Pintamos só para nós outra realidade
Que nada tem de feia, crua e nua!

Pássaros raros, partes de uma mesma raiz...
Se por um segundo creres, estaremos juntos,
Transformando pequenas palavras em força motriz.

Visto o tanto que tentei deixá-lo e  dizê-lo adeus,
Desisto de tão árdua missão e assim te espero,
Ali, onde o eterno e o infinito são sinônimos meus...


Ps: Pessoal tô viajando por isso não estou visitando vocês desculpem, volto dia 8 de janeiro 2010 e  vou visitar todos!!!

Ps 2: O poema mais lindo que eu li na vida aqui

Sobre a falta de palavras...

Texto por Juliana Lira




As vezes apenas não temos o que dizer, as vezes as palavras fogem de nós e corremos atrás delas, mas elas nos escapam.É nesse estágio que estou agora, sem palavras...Então vim aqui dizer que não abandonei o blog, nem tão pouco os amigos virtuais.Apenas realmente não tenho o que dizer.
Sabe quando o silêncio nos envolve e nós apenas queremos ficar quietinhos ouvindo ele?Estou quietinha agora, acalmando o meu coração, entendendo as diversas mudanças que esse ano trouxe pra minha vida sempre tão correta e certinha. E tentando vê para onde devo ir de agora em diante.De tempos em tempos a vida faz isso, quando achamos que tudo está bem e seguro ela muda tudo.E eu no auge dos meus 25 anos ainda estou me acostumando com isso.
Já disse o poeta: “No meio do caminho tinha uma pedra, tinha uma pedra no meio do caminho...”Agora fico apenas parada olhando pra pedra e pensando o que eu vou fazer com ela. Eu desvio dela?Eu tento tira-la do meio?Eu deito nela e tiro um cochilo?
O que eu faço com uma pedra no meio do caminho, se nem o Drummond  soube o que fazer?
Esse ano Perdi o chão!Decepcionei-me com pessoas indecepcionáveis ( pelo menos era assim que eu cria), fiz coisas das quais me arrependo, decepcionei pessoas, perdi amigos, perdi sonhos, perdi o rumo, perdi convicções tão arraigadas em mim que me espantei em como de repente elas não eram mais nada!Sofri horrores, entrei em depressão, chorei, me senti inútil para esse mundo, quis afastar todos que amo e que me amam, apenas pensando num caminho mais fácil.
Esqueci minhas responsabilidades, esqueci que existiam pessoas que de mim dependiam, pessoas que precisavam que eu seguisse adiante pra seguirem meus passos, esqueci que era exemplo e que devia continuar sendo exemplo. Pensei só em minha dor, e em como a vida era cruel, viver era difícil e eu era inútil...
Como eu fui tola!Como pude esquecer de que era líder e como tão não poderia pensar em mim, devia pensar naqueles que mesmo reclamando, mesmo me achando chata e dura continuavam  por perto seguindo a direção que eu indicava... Agora os vejo espalhados ainda mais perdidos que eu e sei que a culpa foi minha, porque não deveria tê-los deixado...Não importa o quanto sofra um pai, uma mãe ( de verdade) nunca abandonam seus filhos, eles seguem mesmo com dor e fazem o melhor que podem, todo líder é meio que pai e mãe.
Agora eu entendo!Agora eu já sei o porquê de não saber para onde ir, é apenas porque já não tenho quem guiar... Acostumei-me a ser sombra, me acostumei que as necessidades de outros vinhessem antes das minhas, me acostumei que a minha vida tivesse sentido ajudando os outros a achar um sentido pra si.
Entendo agora que a minha vida não é pra mim, entendo agora que havia sim um propósito e muitas foram às coisas postas em minhas mãos pra eu fazer, mas eu as abandonei eu pensei só em mim!
E agora não tenho palavras pra explicar nada, não tenho animo pra escrever entendem?Não que esteja deprimida porque já não estou mais (graças a Deus), eu apenas estou ouvindo o silêncio, olhando pra maldita pedra na minha frente e olhando pras pessoas perdidas ao meu redor. Olhando e esperando, um sinal , uma resposta, um milagre!
Esperando, esperando e esperando...

Eu quero...



Texto por Juliana Lira & Fulvio Ribeiro

Eu quero tarde tranquila, livro no colo e chuva no telhado.
Quero ninho pra pousar, ombro pra eu chorar e sombra no meu quintal.
Quero beijo no portão, correr de pé no chão e luar no meu sertão.

Eu quero amar! Quero viver e sonhar.
Quero saber mais de mim... Quero me encontrar,
Quero viver de verdade.
Quero carinho, quero paz e liberdade!

Eu quero é botar o bloco na rua, namorar embaixo da lua,
Quero sorrir de mim e sentir o perfume da flor.
Quero a consciência tranquila, quero canto, poesia e muito amor...

Eu quero é viver a loucura, e sair da tortura dessa vida insegura.
 Quero paixão sem medida, pra não sofrer na partida, a vida perdida.
Quero emoção, alegria e viajem. Quero fazer dessa vida o que muitos não fazem.

Eu quero sal do mar em minha pele, quero vento nos meus cabelos e rede pra balançar.
Quero tardes de domingo, filmes água com açúcar, e teus braços pra abraçar
E a noite quando meu querer encontrar o teu, quero sentir em teu peito a calmaria
Desfrutar dos teus braços, flertar com as estrelas e agradecer a Deus tanta harmonia!


Fulvio faz Reflexões aqui

E eu, quem sou?


Por Juliana Lira 


Não tenho ainda as respostas pra todas as perguntas que meu coração teima em fazer, ainda não sei por que poucos têm tanto e muitos quase nada.
Ainda não entendo como é fácil matar um ser humano por um real ou por causa de uma discussão tola no trânsito, não, eu ainda não tenho as respostas!
Não sei por que as pessoas que amamos e nos são tão caras são arrancadas do nosso seio como se não fossem nada, não compreendo o mecanismo dessa máquina chamada sociedade onde tudo se fingi, até o amor.
Não assimilo como pessoas vem e vão das nossas vidas e nós temos que ficar sentados na varanda, as vendo passar...
Não me conformo com a fome, com as guerras tolas e inúteis, com o armamento bélico, nem com aquecimento global.
Não me conformo com as doenças estúpidas que matam de forma arbitraria e com pessoas que partem sem nem dá tempo de um ultimo adeus.
Ainda fico triste com o fim de grandes amizades, amizades que fizeram nossa vida ter sentido por tanto tempo... E ainda fico perplexa em como aquela amizade guardada há tanto tempo numa caixinha no fundo do coração um dia volta a preencher nossa vida como se sempre tivesse presente ali...
Não! Eu não tenho as respostas. Nem sequer de quem eu sou... Há em cada um de nós personalidades distintas e multifacetadas. E aqui dentro mora um mistério que por vezes me surpreende para o bem, mas há vezes, que me surpreende para o mal.
Então talvez a vida seja uma eterna guerra, e nessa guerra o melhor de mim, a parte que sabe compreender, amar e perdoar, a parte que prefere ser ferida a ferir deve ganhar.Porque a pessoa que eu quero ser na vida é a melhor pessoa que eu puder!
Sou alguém que quer ser verbo, que quer amar, criar, sonhar, realizar, mudar o mundo... Alguém que não tem resposta pra quase nada, mas tem pergunta pra quase tudo.Alguém que sonha um dia ser berçário de estrelas e num esplendor de luz iluminar a vida de outras pessoas...
Sei que há um Deus, Ele controla e entende tudo, Ele me mostrará as respostas que eu precisar saber, e a Ele sigo amando eternamente, porque em seus braços sempre estarei segura, e perto Dele sou sempre melhor do que quero ser.

Minha morada...


Por Juliana Lira

No instante em que te conheci o céu se abriu.
Você trouxe luz e calor aqui para dentro,
Preencheu vazios tão grandes e profundos
E devolveu para os meus pés o chão.

Não tive pretensões de que tudo se encaixaria
Que um dia encontraria o meu lugar no mundo.
Mas encontrei esse lugar nos teus braços,
Encontrei este lugar no cheiro do teu amor.

Há um ninho onde a cotovia pode pousar,
Uma razão para tudo ser como é,
Um motivo para meus pés estarem firmados,
E uma musica que só toca quando juntos.

Ouço-a!Posso ouvi-la agora mesmo,
Ouço-a porque te sinto dentro de mim,
E a minha morada eterna é a tua alma,
Meu lugar secreto, meu lugar seguro...

E ainda que eu ande fora do caminho
Que me leva para  junto dos teus braços,
Não há nada capaz de nos separar.
Sei que me encontrará de novo e me salvará!

A última prece...

 Parte II

 ...Iria ao mar e lá na profundidade das águas depositaria a profundidade da sua alma.

Texto por Juliana Costa de Lira


Caminhou com passos seguros em direção as águas, havia certa fúria em seu semblante, fúria do mundo e de si mesma. Seus pés tocaram a água, sentiu um calafrio, estava gelada.Estava escuro e por um momento assustou-se com a imensidão das águas.
Sempre se assustava com o que não podia controlar, havia sido assim por toda sua vida, por isso escolhera caminhos que podia guiar, controlar... Talvez por isso a entorpecência a irritava tanto, era algo de que não tinha controle algum.
Decidida foi caminhando para frente, a água já chegando a sua cintura o frio fazendo seus dentes trincarem, olhou para o céu e viu a lua, tão pálida e distante aquela noite, o céu estava tão lindo!Podia sentir a beleza envolve-la, uma certa magia no ar, sempre fora assim, sempre preferira a noite ao dia, sempre a encantava mais a palidez da lua, que o calor  e a luminosidade do sol.
Olhou para a praia deserta, já um pouco distante, as ondas castigando seu corpo, o vestido começando a pesar. O que aconteceria depois? Haveria outra vida? Haveria castigo, inferno? Não sabia dizer. “Uma ultima prece”. Faria sua ultima prece antes de dizer adeus a esse mundo."Melhor começar logo", silenciosamente orou:
“Deus, sou grata a vida que tive ainda que breve por minha própria escolha. Que aqueles que me amam encontrem a paz e possam um dia me perdoar. Que aqueles que eu amo e amei sejam felizes, como eu não fui. Que haja sempre uma rosa a florescer em meio aos espinhos, que o sorriso de uma criança sempre possa desarmar um coração duro, e que o amor brote no coração do homem como a erva na terra. Como queria achar sentido de novo, como queria  que um caminho se abrisse em meio ao abismo! Ah, se houvesse uma opção para isso, uma única opção... mas esperei por milagres a vida toda e definitivamente não apareceram. Então que seja assim, que nesta noite com o luar como minha testemunha e o oceano como minha última morada eu encontre o fim. Amém”
E então prendeu a respiração e mergulhou, deixou-se afundar e afundar, sem nem ao menos tentar por um segundo reaver o fôlego. Começou a inalar a água salgada estava sufocando, algo estava queimando dentro de si e um desespero atordoante tomou conta do seu ser, as ondas não a deixavam mais controlar seu corpo.Tentou subir, mas foi em vão, então sentiu como se estivesse sendo arrastada para algum lugar e de repente não tinha mais consciência de nada.
Teria morrido? Ouvia uma voz chamando ao longe, sentia ar entrando pelos seus lábios e o corpo todo doía.
- Vamos sua idiota acorde!
-Onde estou? O que?...
-Aparentemente tentando se matar, se eu não estou enganado, e arruinando minha noite com certeza!
Abriu os olhos, não, não tinha morrido!Estava na areia da praia, mas como?O que tinha acontecido?E então o viu.
-Quem é você?
Perguntou com a voz rouca, doía tentar falar. Um rosto aborrecido respondeu:
-Parece que sou a resposta para as suas preces!

Continua...