Não deveria, pois não me faz bem querer teu bem mais que o meu bem. Não deveria, pois me dói ver o castelo. Dói porque me faz parecer má.
Doida e má.
Onde eu perdi a minha essência de ser a heroína? Quando foi que eu virei a bruxa má desse castelo?
Eu te acompanho para ver se segues bem.
Será que sorri? Eu me pergunto.
Será que saudável? Eu me preocupo.
Então eu vejo. E me machuco. Dói não saber se existes e dói saber que existe tão bem, tão pleno. Tão sem mim. É como a espada do Rei Arthur, profundamente encravada em minha alma. Sigo a vida plenamente. E então: ato falho, vem teu nome!
Eu seguro teu nome na ponta da língua para não chamar outros por ele.
A tua memória em mim não se apagou. Mas eu fui facilmente esquecida. Fui. Pretérito perfeito do indicativo, que indica um passado imperfeito e incompleto, pra mim...
Por que me machuco buscando tua miragem? Uma miragem que se envergonha do passado? Por que fincar na promessa se nunca tivestes palavra?
Eu te afasto de minhas lembranças, eu te guardo em esconderijos, profundos do meu coração, para que eu não seja mais capaz de encontrar a memória. E do nada ressurges. Um alguém que nunca me deu a verdade. Que nunca me foi inteiro. Que nunca se lançou no precipício por mim. Um alguém que não deveria existir para mim. Mas que eu acompanho a distância para saber que ainda existe nesse mundo.
Vou desconjugar teu nome. Serás para mim como um pronome de tratamento raro. Guardado em algum lugar. Nunca usado. Nunca mexido. Ainda que existente. Serás para mim como um eclipse visto entre nuvens, estarás lá, mas não verei. Não sentirei. Serás para mim como uma poesia incompleta, porém terminada. Serás para mim o que hoje eu sou pra ti: Nada...
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