Esmaga com seu ódio minhas entranhas.
Teu ódio desmedido e infundado.
Tem sido o mar de angustia em que eu nado.
Tem sido minha proeza, minha façanha.
Me devora sem pena e nem cuidado.
Você que não me conhece e me detesta.
Já que isso é para ti o que te resta.
Mira em meu peito teu punhal enferrujado.
Dilacera minhas boas memórias e planos.
Deforma minha visão de mim mesma.
Como se na corrida da vida eu fosse a lesma.
Um nada de gente em meio a humanos.
Nosso caminho à minha morte conduz.
E me contorce, me piora e me avessa.
Me destrua, mas faça isso com pressa.
Para que reste em mim alguma luz.
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