Eu já não sinto as flores

 


Foi nessa estrada que minha alma deixei,

Para percorrer outro caminho solitário.

Nele tropeço em meu próprio calvário.

Sendo rainha de um tabuleiro sem rei.

 

Sigo a estrada florida sem odor sentir.

Com um anel de três voltas, eu me lembro.

Tenho segredos que não cabem em novembro,

Mas a mim não mais cabe regredir.

 

Da magia lírica restou apenas a palavra.

E mesmo se eu lhe fosse irmã ou amiga,

Nada que eu lhe fale, nada que eu lhe diga,

É dado fé, ou a sua boca lavra.

 

Teria eu criado lembranças de um Casmurro?

Teria eu construído o instante da poesia?

Teria eu pintado uma tela que musica vertia?

Eu me pergunto, enquanto palavras sussurro.

 

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