Cobra asquerosa

 


Rastejas por entre meus pés,

Ardiloso em sua pequenez!

Para os outros és um talvez,

Mas eu vejo quem tu és.

 

És a escória e não vales a poesia.

Faço versos em descompasso,

São as notas do teu fracasso,

Da minha angustia essa é a cortesia.

 

Pois pelo poder tu és sedento.

És o rato do bueiro mais fundo,        

Tu não passas de um imundo,

Que fez de minha vida um tormento!

 

Mas eu ei de ver um dia,

Tua máscara cair no asfalto.

Tuas mentiras se precipitando do alto,

Tu se contorcendo em agonia.

 

Pois enxergarão o que eu vejo:

Um desesperado por glórias,

Que trapaceia em todas as vitórias.

E eu de assistir o teu cortejo!

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