Passei tanto tempo sozinha que aprendi a apreciar a
solidão. Gosto do silêncio. Da noite fria e estrelada. E sou, muito da menina que fui...
Eu ainda escrevo nas
escadas. Ainda tenho medo. Ainda tenho sonhos. Acredito no poder de um abraço
apertado, em uma canção cantada baixinho, em um colo tão aconchegante que é
ninho. Eu ainda tenho fé de que nada é por acaso. E de que somos melhores que
isso.
E sou estranha...
Porque ainda acredito nas pessoas e me envolvo. Porque ainda
abro o coração e me magoo. Porque eu ainda choro quando estou triste ao invés de
começar a tomar rivotril. E eu ainda escrevo cartas ao invés de mandar e-mails.
Ainda uso as roupas que acho bonitas e não as da moda. Eu ainda tenho um blog e
ainda escrevo nele apesar de poucas pessoas lerem.
E sou estranha...
Porque não vejo as pessoas como meras peças sociais. E não
acho que as regras sociais foram esculpidas em eterna inercia. O amor traça a
sua rota e constrói suas pontes e estradas.
E sou estranha...
Porque quando as coisas estão muito muito ruins eu fecho os
olhos e durmo. E quando acordo tenho esperança, de apesar de tudo, o mundo ser um bom lugar pra se viver.
E sou estranha...
Porque sinto as coisas tão intensamente que as vezes dói mais que
dor física. (alguns chamam isso de drama). Ser dramática me faz ser totalmente
inapropriada para esse mundo. Sei que um dia meu tempo nessa Terra terá se esvaído. E
é uma pena que por ser diferente nem sempre eu seja aceita. Todavia, eu vejo as
pessoas, consigo aceita-las e mesmo sem entender, ama-las.
Esse é o mundo em que vivemos, pessoas devem ser práticas. Inteiras.
Uniformes. Seguras. Sempre felizes. Ter um dom. E eu não sou nada disso... Sou
um mosaico de gente, cujo o único dom é saber que não me encaixo nas
expectativas alheias.
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