Do espaço em branco.



Fico sem ar às vezes. Como se me faltasse algo, mas não lembro o que seria. Não quero lembrar! É uma coceirinha na alma, sabe? Ponho luvas, amarro as mãos, lembro que se coçar vai ficar marcas. Então me concentro nos fatos e tenho raiva de mim.
 É difícil me perdoar. Sendo filha da solidão, sei, desde sempre, que tenho a obrigação de me cuidar, e eu devia ter feito isso melhor. Rola uma lágrima pela minha face e se não há ninguém por perto outras a acompanham em uma dança nada suave. Chove vazio de meus olhos.
Forço-me a ignorar esse vazio indigesto: Vou preenchendo com amigos, trabalho, estudo e esperança. Esperança de que, um dia, não haja tempo, nem espaço pra que eu sinta e veja: Falta algo ali, falta algo ali...

Juliana Lira

5 comentários:

  1. Talvez Sandrio...

    Mas perceber todos como seres solitários,não diminui nenhum pouco o vazio.

    Milhões de beijos

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  2. a esperança que um dia encontres o que está te faltando...

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  3. Long Haired Lady

    Não quero encontrar o que me falta porque já pereceu.
    Mas há esperança de que a vida seja bonita e feliz, magica mesmo! E que o que falta, n~~ao faça mais falta. entende?

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  4. Nossa que essa Lili, manda bem com as palavras gente. mesmo sendo um texto trite e profundo, mas bem decidido em frente sempre.

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Me conta tua impressão sobre o que leu, que eu te conto o que tua impressão me causou.

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