É sobre o que? É sobre o que tudo isso?

 


Será que é sobre os dias de deserto? Será que é sobre os muitos, muitos dias de silêncio? Será que é sobre a falta? A falta profunda, a falta densa, ardente?

Ou será que é sobre as lutas silenciosas, sobre as lágrimas que caem e inundam o quarto, o banheiro, o corredor? Será sobre o medo de não ser alguém e até sobre a certeza de que se é alguém que nem se reconhece mais?

É sobre o que? De quantas certezas se fazem as respostas? É sobre todo adeus? É sobre todas as traições sofridas e sentidas? Ou será sobre se ver adulto enquanto se busca desesperadamente um colo no mundo?

Há colo nesse mundo? Há colo em algum mundo? Quantas vezes alguém pode se levantar? Quantas vezes alguém pode se autoconsolar? Quantas vezes alguém pode se proteger?

Quando o coração está tão apertado que a alma grita, escrevo... Quando a alma é devorada pela dor... escrevo mais uma vez, quando sequer sei sobre o que escrever, ainda assim escrevo. Quando parece que o corpo não suporta mais tanta dor e pede descanso. Ele pede pausa. Ele pede sono. E perdemos a certeza do amanhã, haverá luz amanhã? Haverá esperança? Eu não sei, mas de uma coisa eu tenho certeza, escreverei novamente.

 

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