Tormento Interno

 


Passeia entre monstros ferozes

O breu da noite lhe devora

Tomada por seus algozes

A escuridão sufoca a aurora

 

 Devorada pelos que anseiam

Comer sua pele, ossos e alma

Sendo banquete para os que a odeiam

E um brinquedo em cada palma

 

A noite é impiedosa e infinita

Não é possível bater asa

Tem cheiro de enxofre este lugar

Ela anda em fogo e brasa

 

Confundem-se as trevas e urros

Misturam-se com o medo e a dor

Suas lágrimas, seus sussurros

 

E perde-se muito de si ao ser devorado

Espelhos já não mostram a própria face

O reflexo de monstro lhe é dado

Nem se reconhece nesse enlace.

 

É preciso achar um caminho para casa

É preciso se reencontrar novamente

É preciso reaprender a bater asa

É preciso se enxergar com outra lente

 

Que se tire desse abismo com urgência.

Que se pinte a poesia em sua tela

Que se devolva à alma a sua essência

Quem são os monstros e quem é ela?

 

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