Quando eu morrer lerão meus textos,
E tentarão entender quem eu era.
Teria sido eu a bela ou a fera?
E aqui terão os contextos
Dirão que eu era infeliz
Ou me pintarão de santa?
Será que eu era trovão ou planta?
Mestre, ou uma mera aprendiz?
Entenderão meu rugir,
E o silêncio que ardeu?
Saberão o que era meu
E o que recitei de ouvir?
Decifrarão a esfinge?
Ou virarei qualquer trem
Recitado por alguém
Que uma aquarela tinge?
Respeitarão minha dor
Meus vazios imensos
Meus pensamentos densos
Meus medos, meu torpor?
Quando eu morrer saberão,
Que eu fui uma alma perdida
Sem lugar nessa vida
Fui somente um pobre grão.
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