É simples...

Pensei que a coisa mais complicada do mundo era amar você. Afinal, somos tão diferentes. Eu, que sempre fui descrita como tempestade pelos que me cercam, contigo sou calmaria e é você a tempestade! 
Achei que te amar era a maior das insanidades. Nossos sonhos nunca se cruzam. Sabe o que é amar alguém que a cada instante encontra um motivo pra se emburrar? Que constrói muros...
Eu acreditei mesmo que isso (esse sentimento que me arrebata e ao mesmo tempo pacífica minha estrutura) era bobagem e que tal bobagem passaria com o tempo, porque as coisas complicadas por si só se desatam.
Questionei a vida tantas vezes do porquê de entre tantos nesse mundo, ser você... Você, o cara que mora na outra extremidade da Terra. Você, soldado de uma guerra que não é mais minha. Você, de outros braços, de outros versos. Você... Tão pés no chão. E eu (que ando descalça) nunca coloquei meus pés no chão.  
Nessas divagações quanto mais fugia, mais entranhada ficava. E de tentar descomplicar nossa história mais me embrenhei nela. Foi um processo difícil, de constante negação entender que você, como os cinco dedos da palma de minha mão, faz parte de mim. Entender que posso viver amputada, mas que não quero. Seria penoso demais, doloroso demais não ter a parte que mais amo comigo.
Você me completa nas diferenças e, como eu, já sabe que por melhores engenheiros que sejamos, não construiremos muros fortes o bastante para nos manter afastados. A minha paz mora na tua paz.
Hoje percebo como tudo é simples. A complicação era apenas eu buscando razões pra o que é irracional. Drummond que estava certo: Eu te amo porque te amo... Complicado é tentar negar ou viver sem isso.  
Vivo isso hoje. Agora. E quanto tempo vai durar? Um trecho de Alice no país das maravilhas, responde por mim: 

“Alice: Quanto tempo dura o eterno?”

“Coelho: Às vezes, apenas um segundo.”

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