Já se vai o tempo. Uma criança que corre e anda. Quase um adolescente. Esse é o tempo da distância. Já faz mais tempo longe que perto. Aqueles que presenciaram, aqueles que sabiam de nós.... Não estão mais em minha vida. Tudo agora parece um sonho. Um delírio.
Como se nunca tivesse sido real. Foi real? Eu ainda lembro da última vez que ouvi sua voz, você perguntava para quem eu escrevia agora, como se minhas palavras fossem as mais baratas, como se fossem dadas a qualquer um. E ao perguntar se não sentia nada mais, você disse que eu não entendia. Eu não entendia? Eu coloquei tanta distância. Eu mudei a órbita. Eu matei uma parte de mim para que você pudesse ir.
Apaguei nossas músicas, não vi mais nossos filmes. Eu tirei de mim tudo que lembrasse de você. Eu mudei o meu perfume. Eu mudei de amigos. Tudo para que parasse de doer, ou doesse menos, ou eu esquecesse por uns momentos que estava doendo tanto. Para que você fosse... Você tinha de ir. Nós éramos como fogo e pólvora. Quando você me tocou eu senti como se uma corrente elétrica finalmente funcionasse dentro de mim, eu estava VIVA.
Então eu fiz o que foi preciso para que você fosse. Era o certo. Eu nunca quis ser a vilã.
Mas eu sentia quando você pensava em mim. (já não sinto mais)
Mas eu sabia quando olhava o céu a noite (não sei mais)
Outro dia vi você feliz. Não é o certo? Um de nós dois deve ser feliz. Então valeu o esforço, de ter jogado umas palavras fora para que você visse e me julgasse uma meretriz das palavras. Daqui a pouco a distância entre nós será uma adulta, uma idosa e eu não vou mais existir nesse mundo. Talvez eu parta antes de você. Não acho que se importe. Mas releio as coisas que escreveu para mim naquele novembro e não posso deixar de me perguntar: foi real?
Porque ao reler sinto tudo novamente.
0 comentários:
Postar um comentário
Me conta tua impressão sobre o que leu, que eu te conto o que tua impressão me causou.