Sentada na escada
escrevo. Enquanto as horas se apressam e o tempo apaga memórias. Ontem esse
prédio estava sendo construído. Havia uma árvore ali dobrando a esquina. A
fachada da casa azul era amarela. E aquela menina brincava de cabaninha no
quintal e colhia narizes de flores. Ontem mesmo aquela árvore era imensa. Havia
tanta luz entrando pela janela, os passarinhos cantavam e as chaves abalançavam
logo cedo. Ovos mexidos com farofa. Desenho animado. Banho tomado. Almoço.
Escola.
E hoje... A escada, a
escrita. O prédio terminou, a árvore foi cortada. Os pássaros se foram. A
menina cresceu. E a memória é uma criança pregando peças, brincando de
esconde-esconde. De que cor era aquela casa mesmo?
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