Não foi nada, repito sozinha.
Um momento perdido no espaço,
Uma vaga lembrança minha,
Um tropeço, um desvio, um pedaço.
Não foi nada! Acalento sem jeito.
Tento manter a calma perdida,
Enquanto resignada aceito,
Não haver remédio para tal ferida.
Sopro e canto suavemente.
Coloco-me no colo e me enterneço.
Faço força e ocupo a mente,
Enquanto no fundo padeço.
E como não padecer ao descaso
De ser deixada na estrada da vida,
Para seguir em frente ao acaso
Como um nada, uma perdida?
Para esquecer esse afeto
Causador de incomodo vexame.
Mesmo ele sendo secreto
Foi considerado infame.
Não passei de escudeira
Ao amar tão desmedida,
Fiz-me tal qual hospedeira,
A cada vontade pedida.
Essa dor que dói “desdoendo”
Já é de casa, dentro mora...
Virei esse monte de remendo
Que ora sofre em silencio, ora chora.
E assim repito: “ Não foi nada, alma minha.”
Foi um vento que passou mundo afora.
Foi um rastro de desprezo que definha
Foi forasteiro que pousou, já foi embora.
Punhal embebido em mel,
ResponderExcluircravado bem fundo no peito.
Doce Novembro.
Doce Novembro...