Se há uma constante na vida é a mudança. Nada permanece estático, nem o tempo, nem o espaço. Nem eu, nem você.
Eu, no entanto, odeio qualquer mudança. Gosto da estabilidade, gosto de saber pra onde a corrente me leva e se possível, até a hora em que chegarei lá. Sempre sonhei com ninho quentinho. Um porto seguro. Solo para os pés.
Meu pai falava que ser humano é bicho que só deseja o que não tem. Deve ser isso. Nasci ave sem ninho. Quando despontei pro mundo já me apontaram o céu ou eu voava ou morria. Voei! Sempre recebi céu aberto, talvez por isso desejei pouso. Liberdade demais aprisiona a alma da gente.
Quando a escolha foi minha optei pelas retas, me abriguei com a razão, escondi minhas asas passei a caminhar com chão sob meus pés. Rodeada de pessoas que nunca souberam o que é voar. Como o patinho feio eu passei a imitar seus gestos e aceitar seus gostos como se fossem meus. As minhas diferenças vi como defeitos e as minhas excentricidades eles viam como loucura.
Adaptei-me. Uma vez alguém me falou sobre a estranha capacidade que eu tenho de me adaptar. É que antes de qualquer coisa sou sobrevivente. Mas quem nasceu pra voar por mais que aprecie o chão sente falta da correnteza alada.
Que susto quando percebi , que eu o ser que mais odeia mudanças nesse mundo, sou a mais inconstante e mutável das criaturas. Que susto quando não consegui mais me conter e ser a pessoa que todos esperavam que eu fosse.
Não é culpa minha, acho que me deram pouco recipiente pra o tanto de essência que tenho. Eu amo com paixão, sinto com profundidade, choro, grito... Eu calo às vezes quando é hora de falar e falo quando é hora de silenciar. Sou intensa! Luto pelo que acho justo, defendo como uma leoa quem eu sinto que merece proteção. Eu sonho! ALTO mesmo. E fantasio e crio um mundo paralelo onde os cometas dão carona pra próxima estação.
Nunca me conhecerei por inteira. Aprendi que sou rio em constante mudança e se hoje sou correnteza intensa, amanhã sou água mansa. Descobri que se há algo que odeio mais que a mudança é tentar ser o que não sou. Aceito minha correnteza eterna...
Sorte é encontrar quem navegue nessas águas sem nunca se entediar ou desistir...
ResponderExcluirMesmo que não gostemos, a mudança nos toma, pois faz parte do "ciclo da vida"... Inclusive, até os amores mudam! Parabéns, gostei demais. ^^
ResponderExcluirHugo R.
Excluiré verdade, a mudança nos toma... tem uma frase, não me recordo agora de quem é, que diz: "Só não muda de ideia quem não as tem", acho que todo humano é um mutante e podemos escolher se a mudança será boa ou não.
Obrigada ^^
Milhões de beijos
Isso é você, Intensa! Isso é viver!
ResponderExcluirbjão!
Mara
ExcluirIsso sou eu agora rsrsrs Jajá sou outra coisa,
é a vida nos moldando ou talvez sejamos nós moldando a vida.
Bom te ver aqui, moça!
Mihões de beijos
Conheça a ti mesmo. Talvez seja o sentido das mudanças, pois já mudamos tanto e, mesmo assim, continuamos em constantes mudanças.
ResponderExcluirSomos todos inconstantes, uns mais e outros menos, mas todos mudam.
Uma lei severamente regida pela natureza, fato incontestável, pois a vida é sopro que move como os ventos.
Sorte? Não acredito nela, não mais. (risos)
Um dia, inevitavelmente essas águas encontrará tal navegante.
Beijos.
Nilson...
ExcluirJá te falei o quanto adoro ter vc aqui? Ah... Mas se falei não foi suficiente. ADORO TER VC AQUI!!!
Todos nós mudamos e ainda assim esperamos que os outros fiquem estáticos. Que sejam sempre como os conhecemos. Já percebeu? rs
rsrsrs Uns chamam de sorte, outros de acaso, outros de destino.
Inevitavelmente... rsrs
milhões de beijos
Também sou inconstante.
ResponderExcluirOi,
ResponderExcluiramei o texto! Me identifiquei muito com você! Sou do tipo que detesta e teme mudanças, mas, no final, acabo não conseguindo viver sem elas. Se as coisas não mudarem por um longo tempo, fico entediada e frustada, mas, quando elas mudam, fico irritada e assustada por ter mudado. Já tentei lutar contra essa inconstância, mas, como você, acabei por aceitá-la.
Bjs
Adorei a metafora do rio/correnteza. Me sinto bem asim!
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