Sentei na grama e fiquei olhando as pessoas passarem. Crianças, adultos, e alguns ciclistas em perfeita harmonia ali no parque. Eu não... Eu estava ali para recordar ele. Gostava de pensar que teríamos andado naquele parque e tomado o tão falado sorvete. imaginava ele tocando no violão a canção que fez pra mim. Riríamos juntos e a harmonia seria encontrada. Então chorei. Chorei de saudade e da falta que sentia daquilo que nunca aconteceu.
Foi então que um daqueles ciclistas caiu da bicicleta praticamente no meu colo e depois foi parar no chão. Rapidamente me levantei pra ajuda-lo. Estendi a mão e ele me olhou por um tempo, meio indeciso, meio confuso, minha mão ainda estendida. Uns segundos que me fizeram pensar se ele tinha batido a cabeça, se minha mão estava suja ou se ele era doido mesmo. Então ele falou:
- Que estranho.
-O que?
-Eu caio, machuco o joelho e você que chora (ele riu).
Sorri sem graça enquanto o moço, finalmente, aceitou minha mão e levantou. Depois sentei novamente, silenciosamente, mas ele sentou ao meu lado e rompeu o silêncio:
-É engraçado como as pessoas aqui, nesse parque parecem está em perfeita harmonia. Faz a gente pensar no que não tem.
-É...
Concordei sem jeito, sentia que ele estava invadindo meu espaço. Aquele momento que eu tinha reservado pra pensar naquilo que eu mais queria e na falta que sentia. Mas ele parecia à vontade e continuou puxando assunto:
-Mas sabe... Como é teu nome mesmo?
- Olha, desculpa, mas eu não costumo conversar com estranhos. (falei meio fria)
Com um olhar meio zombeteiro e animado ele respondeu:
-Não seja por isso! Felipe ao seu dispor. Quer dizer Felipe é o segundo nome, mas você só vai saber o primeiro quando me contar o teu.
-Desculpa Felipe, na verdade você parece ser um moço bem legal, mas não tô muito animada hoje.
- Eita! Vou ter que adivinhar o nome da minha salvadora sozinho. Sabe o que isso me faz lembrar mocinha? Um filme chamado o nome da rosa, em que o protagonista não conseguiu descobrir o nome da amad...
-Eu vi esse filme. (cortei-o)
- E sabe rosa me lembra de outra coisa. O Pequeno Príncipe. Ele tinha uma rosa e...
-Eu li esse livro (cortei-o novamente)
Pensei que ele iria ficar chateado da minha frieza e iria embora, mas ao contrário ele ficou animado e falou:
-Ora ora, quanta coisa temos em comum!
- Eu não acho que um livro e um filme sejam muita coisa em comum! (disse isso tentando manter um ar serio, mas o bom humor e a persistência dele quase me fizeram rir).
- Mas não são só duas coisas. Que absurdo, moça! Veja bem: Nós dois gostamos desse parque, nós dois assistimos o nome da rosa, nós dois lemos O Pequeno Príncipe, nós dois não sabemos o primeiro nome um do outro e você estava chorando no exato momento em que eu caí e quis muito chorar, só não chorei também porque não quis que uma moça tão bonita me visse passar uma vergonha maior do que cair.
Eu gargalhei. Ri tanto que meus olhos encheram de lágrimas de novo. Não tinha como não ser simpática com ele, seria grosseria. Então comecei a participar da conversa.
-Você se machucou muito?
-Acho que feri mais meu orgulho rs. Mas acredito em destino. Eu tinha que cair aqui pra salvar teu dia.
Ele piscou pra mim e riu, eu ri também.
-É... Pode ser.
-A minha rosa não vai me dizer, mesmo, qual seu o nome?
- Tá bem. - disse resignada- Eu te digo meu nome se você me der uma pista do teu primeiro.
-Acho justo!
Eu achei engraçado ele dizer isso, porque era algo que eu sempre dizia: “Acho justo”. Parei para olhar ele direito pela primeira vez e senti aquela sensação de que ele era uma dessas pessoas que você acaba agradecendo a Deus por ter conhecido. Ele deu a dica:
- Meu primeiro nome começa com P.
- Ah! - Eu ri e falei em tom de brincadeira- Muito fácil! Se eu sou a rosa... Você é o Pequeno Príncipe, mas o principezinho cresceu e agora sai caindo de bicicleta pelas praças. Não é Príncipe Felipe?
Ele riu muito, antes de dizer:
-Eu estava errado. Eu não caí aqui para salvar teu dia. Foi para você salvar o meu. Teu nome... Por favor? (o tom era suplicante)
-Juliana
-Droga!
-O que foi? Não gostou? (Fiz uma careta)
-Não é isso... É que Juliana é tão lindo, combina tanto contigo. É melhor até do que rosa.
-E?
-E nada é melhor do que Príncipe! Essa eu perdi...
Felipe falou isso com uma cara meio travessa e dramática, rimos muito. Era bom ouvir o som do nosso riso ecoando pelo parque.
- Não acredito que teu primeiro nome seja tão ruim -Falei isso rindo- Mas se for não tem problema não, realeza, meus amigos me chamam de Juh. Pode me chamar assim também.
-Não, minha rosa. Não sou um amigo qualquer. A realeza só se conforma com o melhor. Teu nome é muito lindo, dos mais lindos... Se é pra chamar ele de um modo doce vou te chamar de Juzinha, isso me fará único, como você, que já é única no mundo pra mim.
E foi assim que eu conheci o Felipe e com ele uma amizade tão bonita que dá gosto a gente contar!
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Eita, Minha Rosa, já vivi essa cena! Vc atendeu meu pedindo e escreveu sobre nossa amizade. E foi assim mesmo, eu todo atrapalhado caindo e percebendo que meus ombros eram também teus! Que tinha que te fazer rir.
ResponderExcluirÉ bom demais ver vc rir menina! Pena que isso acontece tão pouco. Precisa deixar ir quem já foi. Precisa respeitar o desejo do coração de quem ama. Quando entender isso vc vai aproveitar melhor a paisagem. Acredite, Juzinha!
Que tal se escrevermos juntos qualquer dia? Nós com nossa mania de rimar rs. Juro que estou quase fazendo um blog também, vc inspira.“Vc me inspira pra eu te respirar”
Escute, a qualquer hora que precisar, seja dia ou noite, eu estou aqui! Desde que ralei meu joelho naquela tarde vc não está mais sozinha. Conta comigo pequena. Nossa amizade é linda sim, porque é verdadeira. E quem pode com a verdade? Amo vc!
P.F
Felipe
ResponderExcluirOw meu amigo, pensei que gostasse de me fazer rir e nao chorar rsrsrs Muito lindo isso.
Deixar ir quem já foi... Poxa! Poxa! Caramba... Sei nem o que dizer!(;_;)(;_;)(;_;) Será? ⊙﹏⊙ Nao. Quer dizer... Nem sei. Mas se for assim lógico que respeito. Só nao sei como viver com isso. Mas respeito. (;_;)
Obrigada pelos ombros e por esse carinho de sempre. Vc também Pequeno príncipe, conte comigo sempre!
Também amo vc.
P.S: A ausencia de resposta é resposta?
É sim Juzinha. Sinto muito.
ExcluirP.F
Vi agora que parece que está certo.
Excluir:(
Olhaaaaa... A história é real, gente! :O
ResponderExcluirQue linda a história de vocês!! :D
Desejo amizade longa e intensa a vocês!
Ah, Ju, pode ter certeza que minhas visitas já viraram morada sim rs Seu blog é super gostoso e leve de se ler... Muito bom mesmo seu trabalho. Amei demais!! Abração!!
Vinicius que bom!
ExcluirQue bom, pode entrar e sinta-se em casa.
Também eu vou passar no teu cantinho
Obrigada por esse carinho.
Milhoes de beijos
A verdade?
ResponderExcluirNão gostei dele...
Era pra ser eu.
Acho justo!
Oi, nao sei quem é, mas seja bem vindo ao Reticencias...
ExcluirQue pena que nao gostou do post.
Quem sabe nao gosta dos próximos?
Abraços
Olá ;)
ResponderExcluirA música do trailer é Enchanted - Taylor Swift
;)
Beijones :**
Pois é Noemyr, adoro essa musica! rs
ExcluirA Taylor é maravilhosa.
Abraços
Oi Ju, tava pensando que fosse conto, nao gosto mt de contos, mas fui lendo porque o papo parecia com minha filha :-) daí vi no fim que era real. Mt fofinho o Felipe.
ResponderExcluirQue bonitinho!
Nina
ExcluirAdoro quando vem aqui! Deixa um cheirinho tao bom...
:)
Abraço
Oi Juliana,
ResponderExcluirQue bom ter lido seu blog logo cedo, esta história salvou o meu dia.
Li o comentário do Felipe e fiquei encantada com este garoto... quanta sensibilidade, não é?
Você foi durona... sorte que este principe é valente.
Doce menina, desejo toda a felicidade do mundo à você.
Beijos,
Dilti
Dilti
ExcluirFelipe é um amigo muito perfeito. Um verdadeiro anjo da guarda.Quase um padre rsrsrs Gosto muito de pensar nele como um padre. rs
E como ele faz psicologia (como eu)vai ser sempre um bom ouvinte.
Beijos
Amei essa historia Ju, a vida é assim pura, simples...bem tudo devia ser assim.
ResponderExcluirConcordo contigo! tudo devia ser assim PURO e simples, mas maldade e confusao tao nos olhos das outras pessoas. E aí que o silencio se quebra em mil pedacinhos de desilusao.
ExcluirBeijos Jose Antonio,linda a tua visita!