Amar é deixar ir.

 Vai! Voa e sê feliz!  Tem todo o céu pra teus voos e toda a Terra pra pousar. Torço para que siga pensando que eu te odeio, assim conservo um pouco do orgulho e dignidade que me restaram e desfruto da minha liberdade. Liberdade de escrever sobre o amor, sem que este cobre as linhas e exija que se extingua o afeto em um passe de mágica.
 Eu te amo hoje, como se você fosse um alguém querido que mora nos confins da Terra. UTOPICAMENTE... Minha utopia diz que pensa em mim e me quer bem. Que longe, nas montanhas íngremes do Himalaia, afastado dos meios de comunicação, pensa em mim. E então usa o vento - esse mesmo que a pouco tocou meu rosto- só pra sussurrar ao meu ouvido: “Quero que sejas feliz, não é porque não estamos juntos que estamos separados, você vive em mim!”
E isso engana minha alma. É, pode dizer... Eu gosto de me enganar. Prefiro criar minha própria definição da verdade, se isso te faz me amar por mais um dia e me sentir em casa por mais um instante. Você pode até tentar me odiar, mas eu verei alguma forma sútil de amor. Verei o que outros não veem e o que você tenta não ver.

 Meu conforto é esse: Saber que enquanto eu me contorço e deixo você ir pra nunca mais voltar, conformada que vou ama-lo para sempre e mais um dia... Você se vira pelo avesso pra sentir o pior por mim, mas só tem motivos pra me amar. Mesmo que só como amiga, mesmo que só como aquela lembrança terna que às vezes te faz rir sozinho feito bobo, apenas por eu ser essa pessoa incrível, que eu e você sabemos que eu... Sou.

Juliana Lira